"Falam que mulher tem que ocupar espaço, mas ao tomar decisão a mulher é preterida", diz Janaina

Por No Hall Notícias em 09/08/2024 às 11:53:53

Janaina Riva (MDB) criticou seus colegas parlamentares por manterem um discurso de apoio às mulheres na política, porém, não apoiam quando o momento devido chega. Ela lamentou que eles acabaram cedendo à "pressão externa" e não apoiaram a proposta dela em compor a Mesa Diretora da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) como presidente ou primeira-secretária.


Única deputada mulher da Casa de Leis, Janaina já compôs a Mesa Diretora em outros biênios, sendo a vice-presidente na atual gestão, que tem como presidente o deputado Eduardo Botelho (União).

Após pressão do governo Mauro Mendes (União) para que a deputada Janaina Riva não fosse escolhida como primeira-secretaria da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), os deputados chegaram em um consenso e indicaram Doutor João (MDB) como primeiro-secretário na chapa encabeçada por Max Russi (PSB).

"Por muitas vezes nós falamos da nossa vontade de ver uma mulher na mesa diretora da Casa, que seria, especialmente, no cargo de primeiro-secretário ou presidente, e a gente fez tudo para isso. Agora, claro, muitas forças, muita pressão externa, isso acabou prejudicando um pouco o processo, mas entendo que a gente acabou fazendo uma boa escolha", disse Janaina na sessão desta quarta-feira (7).

A parlamentar disse que colegas insatisfeitos com o rumo que as articulações tomaram chegaram a afirmar que não votariam na eleição da Mesa. A chapa de Russi, porém, acabou sendo eleita com 24 votos. Riva disse que não estará na próxima disputa pela presidência da AL.

"É uma frustração como mulher, eu gostaria muito, não sei se nós teremos, mas nós vamos trabalhar para ter mais mulheres na próxima legislatura, eu não devo estar aqui na Assembleia, é algo que já tomei como decisão, mas eu espero que venham outras mulheres".

Ela disse que "enfrentou uma pedreira" na disputa, mas não conseguiu vencer a "pressão externa". Apesar disso, ela não culpa o Governo do Estado, mas sim os parlamentares que cederam à pressão. Disse que "está para nascer um homem ou mulher que manda no meu voto" e criticou os colegas por sustentarem discursos de inclusão, mas não terem provado isso.

"A mensagem que a Mesa Diretora passa, sem uma mulher na mesa, eu acho muito ruim porque em toda campanha todo mundo fica [falando] que a mulher é maravilhosa, que a mulher tem que ocupar espaço. Na hora de tomada de decisão a mulher é preterida, então assim [como] sinto aqui na Casa".

Fonte: Gazeta Digital

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