Cinco meses após a justiça estadual ter encerrado a terceira tentativa de Carina Maggi Martins em reaver a herança da família Maggi, um novo depoimento de uma testemunha, deverá reabrir a longa batalha judicial do caso.
A escritura pública revelaria a possível falsificação de assinaturas atribuídas ao patriarca, essenciais para a transferência de cotas sociais das empresas Agropecuária Maggi Ltda. e Amaggi Exportação e Importação Ltda.
O caso, que tem como protagonista a herdeira Carina Maggi, pode sofrer uma reviravolta significativa após a inclusão dessa prova superveniente.
Segundo a declaração, registrada em escritura pública, a falsificação teria ocorrido durante uma reunião em abril de 2001, apenas dias antes do falecimento de André Maggi, que sofria de doença de Parkinson em estágio avançado.
A testemunha descreve em detalhes o contexto da assinatura fraudulenta, supostamente motivada por manobras familiares para excluir Carina da partilha legítima do patrimônio empresarial.
Entre os participantes do encontro estavam Jorge Picciani, ex-presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, que teria coordenado a estratégia; Pedro Jacyr Bongiolo, então presidente da Amaggi, que executou a falsificação; e Blairo Maggi, empresário e ex-governador de Mato Grosso, que teria solicitado a orientação para viabilizar a manobra. Outros presentes mencionados no depoimento incluem Antônio Francischinelli Júnior, Paulo de Aquino e João César Borges Maggi, todos associados ao grupo familiar e empresarial Maggi.
"No referido encontro recordo-me do momento em que o Senhor Pedro Jacyr Bongiolo recebeu uma ligação do Senhor Blairo Borges Maggi solicitando que ele buscasse com o Senhor Jorge Picciani uma estratégia para lidar com o destino da empresa anteriormente citada (Agropecuária Maggi Ltda) devido a fragilidade na saúde do Senhor André Antônio Maggi e a existência de uma filha que este tinha fora do casamento. Neste interim o Senhor Jorge Picciani orientou ao Blairo Borges Maggi através do Senhor Pedro Jacyr Bongiolo que apostassem uma assinatura do Senhor André Antônio Maggi no documento que transmitiria as suas quotas sociais à sua atual esposa", diz trecho do documento.
A defesa de Carina Maggi argumenta que as manobras não só desrespeitaram seus direitos como herdeira, mas também feriram a memória e honra do pai, que jamais teria consentido tais ações. Além disso, a herdeira questiona as razões para a Justiça não ter mandado apurar as suspeitas de crimes, dado que o novo elemento demonstra a gravidade das fraudes e reforça a necessidade de anulação dos atos jurídicos realizados.
Outro lado
"Não iremos nos manifestar já que toda discussão inerente à causa está sendo feita na Justiça".
Fonte: gazetadigital