A "epidemia do futuro" é o termo utilizado para descrever o crescente nĂșmero de pessoas viciadas em apostas e jogos online, que não apenas resultam em perdas financeiras significativas, mas também em sérios problemas de saĂșde mental. De acordo com uma pesquisa realizada pelo DataSenado, estima-se que, apenas no mĂȘs de setembro deste ano, cerca de 22 milhões de pessoas participaram de alguma modalidade de aposta pela internet.
Os dados da pesquisa revelam ainda que a maior parte dos apostadores são homens, representando 62% do total, e que a faixa etĂĄria predominante é de jovens adultos, entre 16 e 39 anos, que correspondem a 56% dos participantes. No que diz respeito ao nĂvel de escolaridade, 40% dos apostadores possuem o ensino médio completo, enquanto 20% tĂȘm o ensino superior incompleto ou até mesmo superior à graduação.
Esse panorama preocupa as autoridades e especialistas, pois, além das perdas financeiras associadas ao vĂcio, os indivĂduos afetados enfrentam uma série de dificuldades emocionais e psicológicas. O vĂcio em jogos de azar e apostas online pode levar ao isolamento social, ansiedade, depressão e outros transtornos mentais, gerando um impacto negativo tanto na vida pessoal quanto profissional dos envolvidos. A prevalĂȘncia desse fenômeno destaca a necessidade urgente de estratégias de prevenção, conscientização e apoio a pessoas vulnerĂĄveis a essa nova forma de dependĂȘncia.
A realidade das apostas online também se reflete em Mato Grosso, onde o estado tem acumulado uma série de casos alarmantes que ganharam destaque na mĂdia local. Psicólogos e profissionais da saĂșde mental tĂȘm observado um aumento significativo no nĂșmero de pessoas buscando ajuda devido ao vĂcio em apostas, o que indica que o problema tem se intensificado na região.
Um dos casos mais chocantes ocorreu em julho deste ano, quando um homem foi encontrado morto em um carro em Nova Mutum, a cerca de 264 km ao norte de CuiabĂĄ. Segundo informações, o homem estava endividado com agiotas e frequentemente se dedicava a apostas, uma prĂĄtica que se agravou até o ponto em que ele perdeu cerca de R$ 200 mil no jogo de azar conhecido como "Tigrinho". Enquanto isso, sua famĂlia vivia em um estado constante de preocupação e alerta, após descobrir o tamanho das perdas financeiras causadas pelo vĂcio.
Esse caso é apenas um exemplo de como o vĂcio em apostas estĂĄ afetando famĂlias em Mato Grosso, gerando consequĂȘncias devastadoras tanto no aspecto financeiro quanto no emocional. A busca por jogos de azar como uma forma de alĂvio ou fuga pode levar a um ciclo perigoso de endividamento, isolamento social e, em casos mais extremos, à tragédia. O aumento da demanda por atendimento psicológico nesse contexto reforça a necessidade de medidas mais eficazes de prevenção, conscientização e apoio às pessoas que enfrentam esse problema crescente.
Fonte: Gazeta digital