A execução do advogado Roberto Zampieri completa uma semana nesta terça-feira (12), sem qualquer pista sobre o assassino e/ou possíveis mandantes. Zampieri foi executado a tiros no bairro Bosque da Saúde, em Cuiabá, na noite da última terça-feira (05). A OAB-MT indicará alguém para acompanhar a investigação junto à Polícia Civil.
A principal linha de investigação até o momento é que a motivação do crime envolva a atividade laborativa do advogado. Zampieri tinha no bolso a quantia de R$ 11 mil em espécie, mas o assassino não levou nada. De acordo com a Polícia Civil, a ação foi unicamente voltada à execução.
A Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) pedirá quebra de sigilo telefônico do advogado, para investigar uma possível relação entre o crime com casos judiciais em que ele trabalhava. Familiares da vítima ficaram com documentos e o celular, que podem ser cruciais nas investigações. A família de Zampieri também deve ser chamada para depor nos próximos dias.
Outro ponto investigado é a possibilidade de o crime ter sido encomendado. Conforme as investigações, o criminoso estudou o horário de entrada e saída da vítima antes de cometer a execução. Imagens obtidas pelo RepórterMT mostram que o assassino estava à espreita, antes de atirar no advogado.
Zampieri foi morto com pelo menos 9 tiros dentro de seu veículo, uma Fiat Toro, em frente ao escritório Zampieri e Campos. O assassino usou uma caixa de isopor para encobir e arma e abafar os disparos. Após o crime, o criminoso fugiu de a pé e ainda não foi identificado.
A Ordem dos Advogados do Brasil - Seccional Mato Grosso recebeu a autorização dos delegados Marcel Gomes de Oliveira, titular da DHPP, e Edison Pick, responsável pelo inquérito do caso, para que alguém indicado pela OAB acompanhe o inquérito policial.
Zampieri delatou esquema no Detran-MT
Roberto Zampieri foi um dos delatores do esquema de cobrança de propina no Detran-MT, descoberto na Operação Bereré, em 2018. Na época, o advogado relatou que ganhou como pagamento de honorário alguns hectares de uma fazenda em Alta Floresta, a Fazenda Mogno.Entretanto, ele não ficou com a área e a colocou à venda.
Os compradores da propriedade rural foram Irney Milani e o então deputado estadual Mauro Savi.
À Defaz, o advogado afirmou que Savi teria pago pela fazenda com cheques nominados por Claudemir Pereira dos Santos, que era sócio da suposta empresa fantasma "Santos Treinamento", usada para lavar o dinheiro obtido no esquema no Detran.