O senador Wellington Fagundes (PL) responsabilizou os "partidos melancia" pela aprovação do ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, para o Supremo Tribunal Federal (STF). Dino foi indicado pelo presidente Lula (PT) e teve o nome aprovado pelo Senado no último dia 13.
Para Fagundes, partidos que deveriam estar fazendo oposição, estão apoiando o governo petista.
"O governo tem maioria, isso é natural. Agora há pouco, o Republicanos, o União Brasil, partidos que deveriam estar na oposição, resolveram apoiar o atual governo", disse Wellington à imprensa, nesta segunda-feira (18).
Questionado por jornalista se esses partidos seriam os chamados "melancia", Fagundes se limitou a explicar o termo. "O que é esse termo? [melancia] Alguém que se diz direita, mas por dentro é esquerda. Esse termo surgiu exatamente dos militares. Quando na época, os militares tomaram o posicionamento de apoiar o governo da esquerda", disse.
Assim que Dino foi indicado, no dia 27 de novembro, Wellington já havia falado que o PL votaria contra. Líder do Bloco Vanguarda, que reúne os senadores do Partido Liberal e do Partido Novo, o senador mato-grossense afirmou que o Brasil tem vivido um "presidencialismo", onde Lula quer ser "mais forte do que um rei".
"Nós vivemos um presidencialismo no Brasil onde o presidente tem uma força até maior do que um rei. E que o governo, todos, mas principalmente esse governo, tem usado muito para fazer as influências políticas, aumentou ministérios, ou seja, para atender a demanda política que, às vezes, nem sempre é a demanda da sociedade", disse o senador na ocasião.
Dino foi aprovado com 47 votos. Com a ida dele ao STF, Lula passa a contar com quatro indicações para a Suprema Corte.
Antes de Dino, Lula havia indicado o ministro Cristiano Zanin, que foi seu advogado pessoal e o defendeu das acusações de corrupção no âmbito da Operação Lava Jato. No seu primeiro mandato, Lula indicou a ministra Cármen Lúcia, atualmente a única mulher no tribunal. No segundo mandato, Lula indicou Dias Toffoli.