Ex-servidora diz que empresas 'orquestravam' preços de remédios para Saúde de Cuiabá

Por Allan Mesquita em 16/05/2024 às 10:06:13

Ex-secretário de Saúde de Cuiabá, Célio Rodrigues, e o ex-adjunto, Milton Correa da Costa Neto, não compareceram para prestar depoimento à Comissão Processante que investiga o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) na Câmara de Cuiabá, nesta segunda-feira (13). O gestor é investigado por conta de uma suposta organização criminosa que existia na pasta.

Apenas a ex-servidora Hellen Cristina da Silva compareceu ao Legislativo para participar da primeira oitiva do grupo de investigação e disse que teve o nome "jogado na lama" de forma injusta. Disse também que empresas tinham o domínio do preço dos medicamentos vendidos à pasta, especialmente na pandemia da covid-19.


Ao abrir a sessão, o presidente da comissão, vereador Wilson Kero Kero (PMB), justificou a ausência dos ex-secretários e disse que a Câmara enfrentou dificuldades para notificá-los. Segundo o parlamentar, eles alegaram que só poderiam ser notificados na sexta-feira (10) no período noturno, o que inviabilizou a convocação.

Ainda conforme Kero Kero, Célio pediu, via advogado, o acesso aos autos da investigação. No entanto, grupo decidiu que os ausentes serão novamente intimidados. "Ele [servidor] tentou procurar na residência, mas não conseguiu êxito. Pelo WhatsApp, ele informou que estaria fora da cidade e que retornaria na sexta-feira a noite. Isso inviabilizaria nossa notificação. O Célio o mesmo, disse que estaria ausente e que só retornaria no mesmo. Presencialmente nós só conseguimos alcançar a Hellen, que está aqui ele", disse.

Hellen foi alvo da Operação Overpriced, acusada de participar de um suposto esquema de superfaturamento na compra do medicamento Ivermectina, no período da pandemia do covid-19. Ela foi demitida do cargo em que ocupava após a investigação e posteriormente inocentada pela Justiça, em março desse ano.

"Até agradeço essa oportunidade de estar por aqui, porque a gente tem o nome da gente jogado na lama, me passaram por ladra, por uma pessoa que [fez] um desvio de milhões da Saúde numa época muito ruim. Tive visita de policiais na minha casa, tenho mãe com 75 anos que tem diabete. Me colocaram nessa operação como se eu fosse a responsável por [derrubar] uma casa por conta de um orçamento", disse.

Ao explicar sobre a parte técnica do processo de compras na Secretaria de Saúde, Hellen ainda apontou uma movimentação organizada de empresas para vender produtos e serviços com preços mais elevados para a organização pública. "Tudo que vai vender para órgão público, eles aproveitam. A indústria farmacêutica, as empresas de medicamentos, empresas terceirizadas, vocês acham que ela não conversam entre si? ", pontuou.


Fonte: Gazeta Digital

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