Grupo investigado por crimes de estelionato, falsidade documental, associação criminosa e lavagem de dinheiro na cidade de Nova Mutum movimentou cerca de R$ 6 milhões em uma empresa de acessórios femininos em apenas dois meses, aponta a Polícia Civil.
O grupo é alvo da Operação Caixa Preta, deflagrada pela Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), na manhã desta quinta-feira (26). De acordo com as informações do órgão, são cumpridos 7 mandados de busca e apreensão.
Uma das diligências é em uma garagem de venda de veículos, onde o dono é um dos investigados. A investigação começou em 2023 e apontou que, além da garagem, outras empresas em nome dos investigados são utilizadas para vultosas transações financeiras, como é o caso da pequena loja de acessórios femininos, movimentou cerca de R$ 6 milhões no período de dois meses.
Esquema
Uma das vítimas do grupo criminoso procurou a Polícia Civil e relatou que fez a compra financiada de um carro esportivo Chevrolet Camaro, em 2022, porém, o veículo nunca foi entregue. A vítima pagou duas parcelas, no valor total de R$ 18 mil, mas sem receber o veículo optou por parar de pagar as mensalidades.
Nesse período, a vítima viu o mesmo veículo à venda em outra garagem. Em contato com a garagem onde havia feito a compra do veículo, a vítima recebia a informação de que a empresa precisava regularizar a documentação para fazer a entrega do Camaro.
Atualmente, a vítima acumula uma dívida com a financeira em aproximadamente meio milhão de reais. A investigação da GCCO apurou ainda que a negociata da venda do veículo contou com a participação do filho da vítima, que atuou em conluio com os proprietários da garagem, e é também alvo da Operação Caixa Preta.
Outro fato apurado durante a investigação aponta outra transação de um veículo do mesmo modelo, que foi alienado sem o conhecimento do antigo proprietário, cujo nome ainda constava na certidão de licenciamento e no Detran.
Ocorre que esse segundo veículo foi financiado em nome de um dos investigados que declarou ter renda de R$ 6 mil, ou seja, não possui capacidade econômico-financeira para adquirir o Camaro, o que indica que ele atua como laranja para captação de recursos financeiros dos dois principais investigados.
Lavagem de dinheiro
A GCCO identificou sete pessoas envolvidas nos crimes, entre elas os sócios-proprietários da garagem de veículos. A dupla começou a atuar no ramo com uma pequena garagem que vendia carros populares, com capital social de 20 mil reais, em Nova Mutum.
Em pouco mais de um ano, os dois abriram uma segunda empresa, desta vez ofertando veículos de médio padrão, incluindo carros de luxo, com um capital de R$ 200 mil. Esta empresa foi constituída em nome das companheiras dos sócios iniciais, ambas também alvos da operação.
Seis meses após a segunda loja de veículos, os sócios abriram uma terceira empresa, voltada à venda de veículos de alto padrão e de luxo. A inauguração da loja, em junho de 2022, contou com shows, entre eles de vocalistas da banda de forró Calcinha Preta, em festa que começou pela manhã e se estendeu o dia todo.
Fonte: Gazeta Digital