Lideranças do Partido Liberal (PL) seguem apostando em uma eventual candidatura do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nas eleições de 2026, ignorando o indiciamento do ex-chefe do Planalto no inquérito que apura uma tentativa de golpe de Estado.
Um dos defensores do ex-gestor é o senador Wellington Fagundes (PL), que critica o fato de Bolsonaro ter sido declarado inelegível por realizar uma reunião com embaixadores de vários países meses antes da eleição presidencial em perdeu para Lula (PT).
"Nós do PL acreditamos, sim, que o presidente Bolsonaro terá a oportunidade de ser candidato. Vamos trabalhar isso de forma incansável. Acreditamos que um presidente da República ter falado numa reunião com embaixadores não pode ser considerado crime", disse.
Na reunião citada por Fagundes, o então presidente usou o Palácio da Alvorada e a estrutura do governo para organizar uma apresentação a embaixadores de diversos países. Na ocasião, repetiu suspeitas, que foram desmentidas por órgãos oficiais, sobre as eleições de 2018 e a segurança das urnas eletrônicas. Por conta disso, foi condenado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação.
Contudo, essa não é a única e nem a mais grave barreira enfrentada pelo ex-chefe do Planalto. Na semana passada, o ex-gestor foi indiciado pela Polícia Federal ao lado de mais 36 investigados.
De acordo com a PF, o ex-presidente e seu candidato a vice na eleição de 2022, Braga Netto, vão responder por tentativa de abolição violenta do Estado democrático de direito, golpe de Estado e organização criminosa. General Augusto Heleno, Alexandre Ramagem e Valdemar da Costa Neto também foram indiciados pelos mesmos crimes.
Áudios que circularam em grupo de militares de alta patente são algumas das provas de que o governo preparava uma trama golpista após o segundo turno das eleições de 2022.
Em entrevista ao GD, o presidente do PL de Mato Grosso, Ananias Filho, chegou a afirmar que o indiciamento não traria nenhum impacto político a Bolsonaro. Já Fagundes destacou que a "popularidade" do então presidente deve favorecer na estratégia e criar condições legais para que ele seja candidato.
"Com essa força nós vamos insistir que o presidente seja elegível. Até mesmo porque é a figura mais forte no Brasil", acrescentou.
Fonte: gazetadigital