O governador Mauro Mendes (União) reagiu às críticas feitas pelo Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) sobre as obras no Morro de Santo Antônio, classificando as acusações de crime ambiental como sendo apenas a "opinião" do órgão. Mendes defendeu que locais turísticos, como o Morro de Santo Antônio, necessitam de infraestrutura adequada, alegando que essa prática é comum em várias partes do mundo. O Ministério Público, por sua vez, acusou o Estado de causar danos ambientais no local e solicitou explicações, manifestando-se "chocado" com os danos encontrados durante as vistorias realizadas no ponto turístico.
A promotora de Justiça Ana Luíza Ávila Peterlini, da 15ª Promotoria Cível de Defesa do Meio Ambiente Natural, expressou sua preocupação após uma visita ao Morro de Santo Antônio. Ela declarou que, durante a vistoria, constatou que "de fato houve um crime ambiental", já que, segundo ela, foi cometido um dano direto e indireto em uma unidade de conservação. Em entrevista ao programa *Tribuna*, da Rádio Vila Real FM, na manhã de quinta-feira (30), o governador contestou as declarações da promotora, afirmando que o MP estava apenas compartilhando sua visão pessoal sobre o caso.
"Não é nada disso, essa é a opinião do Ministério Público, e a gente respeita a opinião deles. Tínhamos uma licença ambiental para a obra e realizamos a construção do acesso para que o projeto executivo fosse elaborado", afirmou Mendes.
A promotora Peterlini também destacou que o Morro de Santo Antônio é uma Unidade de Conservação de Proteção Integral, o que implica a necessidade de estudos e autorizações rigorosas para qualquer intervenção no local. Ela observou que, embora tivesse sido concedida a liberação para avaliação da área, o que foi feito na prática foi a construção de uma obra, que não se limitava a uma simples trilha. Em sua defesa, o governador alegou que obras desse tipo são comuns em áreas turísticas e que a intervenção era necessária para melhorar a acessibilidade ao local.
"Não é nada demais, o mundo inteiro faz isso. Locais de visitação turística precisam de infraestrutura. Vejam a lagoa do CPA, que ficou abandonada por décadas. Nós fomos lá e transformamos a área no Parque das Águas. Temos vários atrativos turísticos em Mato Grosso que estavam esquecidos e sem infraestrutura. Quando você tenta melhorar o acesso, sempre há críticas, mas isso é normal", declarou o governador.
O Ministério Público afirmou que tomará medidas legais contra os responsáveis pelos danos ambientais causados no Morro de Santo Antônio, tanto na esfera cível quanto na criminal. Em resposta, Mauro Mendes reiterou que a obra seguirá em frente, destacando a importância da melhoria da infraestrutura para o turismo e que, em sua visão, a maioria da população apoia as intervenções.
"Não tem problema, são apenas opiniões. O governo respeita as opiniões, mas a democracia se baseia na vontade da maioria. A maioria quer infraestrutura, quer poder acessar o morro e ter mais facilidades. O projeto executivo está em fase de finalização, e nos próximos dias vamos apresentá-lo à Secretaria de Meio Ambiente (Sema)", concluiu Mendes.