No segundo dia de julgamento, que aconteceu nessa terça-feira (06), o tema abordado foi o consumo de álcool por parte de Alves. A tese foi sustentada por amigos que prestaram testemunho, além da esposa dele, Joana Sanz, que também alegou que o marido chegou bêbado naquela madrugada.
Conforme os relatos, o grupo se reuniu desde o meio da tarde no restaurante Taberna del Clínic. No início da madrugada, foram para o bar Nuba e só somente depois foram a boate Sutton. De acordo com Bruno Brasil, amigo que estava com Daniel na balada, o jogador "foi o que mais bebeu".
Os policias que participaram do atendimento a denunciante e da detenção de Daniel Alves também prestaram depoimento nessa terça. Segundo um deles, imagens das câmaras de segurança confirmam a versão apresentada pela mulher que fez a denúncia. Ao todo, 20 testemunhas foram ouvidas nessa terça.
Já no primeiro dia de julgamento, que aconteceu na segunda-feira (05), três pessoas foram ouvidas, a denunciante, uma amiga e a prima da vítima. As três estavam na boate Sutton no dia em questão. Em seu depoimento, a denunciante reforçou que teria sido agredida sexualmente por Daniel Alves, versão que mantém desde o início. Ela depôs por cerca de uma hora e 15 minutos, apesar do ex-jogador estar no local, a denunciante não teve contato com ele.
O crime aconteceu no dia 30 de dezembro de 2022, Daniel Alves foi preso preventivamente somente em 20 de janeiro de 2023. Ele teve quatro pedidos de liberdade provisória negados pela Justiça da Espanha, que usou como argumento o risco de fuga para o Brasil.
A sessão que começa às 10 horas (de MT) será dedicada aos trâmites periciais, entrega de um relatório e conclusões. Após as três sessões, a juíza responsável pelo caso, Isabel Delgado Pérez, elaborará a sentença final. Entretanto, não há prazo definido para ser divulgado. Até lá, o ex-jogador permanecerá em prisão preventiva.
O Ministério Público pede nove anos de prisão. A defesa da mulher quer 12 anos, pena máxima para esse tipo de crime no país. Independente de qual seja a pena, Daniel Alves deve ficar preso apenas dois terços do tempo de punição. Ou seja, entre cinco e seis anos. E como pagou multa de atenuante, essa pena pode ser reduzida pela metade.