TOP

Cientistas do Inca alertam para desinformação sobre câncer

Por No Hall Notícias em 04/02/2025 às 17:18:11

Desinformação sobre o câncer gera grande risco para a sociedade, diz o pesquisador do Inca Fernando Lima - Tomaz Silva/AgĂȘncia Brasil

De acordo com o pesquisador, as redes sociais não facilitam a distinção entre informação, baseadas em evidĂȘncias cientĂ­ficas, e desinformação. "Isso pode atrapalhar as tomadas de decisão do indivĂ­duo sobre o seu próprio cuidado e acabar, ou atrasando tratamentos ou atrasando diagnósticos, e complicando os próprios casos".

O artigo destaca que a infodemia do câncer abrange desde mitos sobre as causas da doença até a promoção de medidas preventivas e tratamentos não comprovados. Essas informações podem incentivar ações sem base em evidĂȘncias.

"Uma informação falsa que tem sido muito propagada em redes sociais tem relação com vacina contra HPV, que tem como objetivo a prevenção do câncer de colo de Ăștero. Existe inclusive a desinformação de que isso [a vacinação] poderia estar associado a um aumento dos casos do câncer de colo de Ăștero", afirmou Lima.

"HĂĄ também desinformação sobre a segurança do uso de cigarros eletrônicos. Eles não são seguros. Não hĂĄ comprovação nenhuma de sua segurança. E hĂĄ também notĂ­cias de substituição de tratamentos convencionais por tratamentos alternativos. Isso gera um grande risco para a sociedade".

Outra autora do artigo, Telma de Almeida Souza, lembra o caso recente da circulação de desinformações acerca do uso da graviola como uma suposta forma de matar células cancerĂ­genas. "O tempo para o paciente com câncer é primordial. Isso faz com que ele perca tempo no seu tratamento. Esse combate à desinformação é importantĂ­ssimo para salvar vidas."

Segundo o artigo, a disseminação e amplificação das desinformações são potencializadas, de forma intencional, pelas redes sociais, por meio oo chamado "capitalismo de vigilância". Por esse conceito, as empresas de tecnologia ganham dinheiro mantendo as pessoas conectadas, coletando seus dados e moldando seus comportamentos.

Os algoritmos usados por tais redes sociais amplificam narrativas, que "criam câmaras de eco e privilegiam conteĂșdos sensacionalistas com o objetivo de aumentar o engajamento dos usuĂĄrios, impulsionando a todos para a era da infodemia", diz o artigo.

"O aumento abrupto [da circulação dessas informações] dificulta muito para o cidadão comum compreender entender ali, diferenciar o que seria informação ou desinformação. A informação em saĂșde, hoje em dia, na internet, pode ter picos, o que se chama de viralização, e esse pico pode ser um momento que pode gerar muitas dĂșvidas na sociedade", ressaltou Fernando Lima.

De acordo com Lima, é preciso haver monitoramento permanente dessas informações e dar uma resposta rĂĄpida e eficiente, para que a sociedade saiba diferenciar informação e desinformação. Ações como regulamentar e responsabilizar as empresas que controlam as redes sociais e fortalecer respostas institucionais às informações falsas são medidas sugeridas pelos pesquisadores.

Fonte: EBC

Comunicar erro

ComentĂĄrios

3