O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, foi duramente questionado sobre a suspensão do Plano Safra deste ano durante um evento com prefeitos de Mato Grosso, na última sexta-feira (21). Em sua defesa, Fávaro responsabilizou a morosidade do Congresso Nacional, que não aprovou o orçamento da União no prazo estipulado, afetando a liberação de recursos para os produtores rurais.
"O orçamento brasileiro, que deveria ser votado pelo Congresso até dezembro de 2024, não foi aprovado a tempo. E o Plano Safra, assim como outras políticas públicas, depende do orçamento", afirmou o ministro. Segundo ele, o governo foi forçado a operar com apenas 1/12 do orçamento previsto para o programa nos dois primeiros meses, o que levou à suspensão temporária dos recursos. "Chegamos ao limite prudencial", explicou.
Além de criticar a demora na votação do orçamento, Fávaro também atacou a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), que, segundo ele, deveria defender os interesses dos produtores, mas tem se dedicado a "fazer videozinhos e criticar o governo".
O Plano Safra 2024/2025, lançado em julho de 2023, previa R$ 400,59 bilhões para linhas de crédito e incentivos à agricultura, mas o valor já se esgotou antes mesmo da colheita da primeira safra. A FPA se manifestou rapidamente, apontando que o orçamento do plano foi aprovado em 2023, mas a má gestão dos recursos e a falta de controle orçamentário impediram um planejamento eficiente.
O ministro ainda assegurou que está buscando alternativas, junto ao Tribunal de Contas da União, para liberar os créditos necessários para os produtores sem infringir as leis fiscais. Caso o TCU aprove, o governo poderá antecipar o orçamento para garantir a continuidade do maior Plano Safra da história, sem qualquer contingenciamento.
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