Autoridades mato-grossense criticaram a proposta da senadora Rosana Martinelli (PL) que apresentou um projeto de lei pedindo a implementação do voto impresso nas eleições de 2026. Este foi o último ato dela no Congresso Nacional, após retornar a suplência do senador Wellington Fagundes, do mesmo partido. O governador em exercício, Otaviano Pivetta (Republicanos), o ministro da Agricultura Carlos Fávaro (PSD) e o presidente eleito da Assembleia Legislativa (ALMT), Max Russi (PSB), criticaram a iniciativa de Martinelli.
Fávaro classificou o projeto como totalmente descabido e de cunho ideológico. "A senadora deveria aproveitar os 4 meses que está no Senado para apresentar projetos que ajudem Mato Grosso, fica gastando energia em pautas ideológicas. Ela foi eleita para ajudar o Estado e não ficar descredibilizando nossas instituições", disse.
Pivetta afirmou que o sistema eleitoral brasileiro é um dos mais seguros e modernos do mundo. "Temos muitas pautas atrasadas pra tratar no Brasil do que esta", pontuou. Max Russi também seguiu na mesma linha de Pivetta, afirmando que a proposta da senadora de Mato Grosso é totalmente desnecessária e que existem outros temas mais importante do que o voto impresso. O texto está em trâmite bicameral, ou seja, requer a manifestação das duas Casas legislativas -Senado e Câmara Federal - foi apresentado na semana passada.
A proposta determina a obrigatoriedade do voto impresso para que seja implementada em caráter experimental nas eleições gerais de 2026 para que seja "verificada sua segurança, viabilidade técnica, operacional, orçamentária e financeira". Como justificativa, Rosana Martinelli usou as eleições na Venezuela, onde vários países não reconheceram a vitória do atual presidente Nicolás Maduro, por falta da apresentação das atas das seções eleitorais.
Reclamação das urnas eletrônicas é uma bandeira do bolsonarismo e foi a que impulsionou a tentativa de golpe de 8 de janeiro de 2023, quando bolsonaristas invadiram em depredaram as sedes dos 3 Poderes. SILÊNCIO A reportagem questionou outras autoridades sobre o assunto.
Por meio de sua assessoria a presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MT), Maria Aparecida Ribeiro, afirmou que o tema não é competência da Justiça Eleitoral e que o assunto deve ser debatido em Brasília. A presidente da OAB de Mato Grosso, Gisela Cardoso, disse que só se manifestará após ler o projeto. Também questionamos o procurador-geral de Justiça (PGJ), Deosdete Cruz Júnior, porém, não houve resposta até o fechamento desta edição.
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