Emanuel Pinheiro (MDB), prefeito de Cuiabá, afirmou que a desistência do governo de Mato Grosso sobre o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) não foi uma perda para sua gestão, mas, sim, para a população. Ele mantém sua defesa de que o modal seria o mais moderno e que outras grandes cidades, como Salvador, estão fazendo a transição para o VLT. O chefe do Executivo municipal questionou o motivo pelo qual a escolha "é boa para outras grandes cidades, por que não é para Cuiabá?".
Após anos de obras paralisadas, em janeiro de 2021 o governador Mauro Mendes anunciou que não iria concluir as obras do VLT, modal que havia sido escolhido nas obras da Copa do Mundo de 2014. Mendes anunciou a troca para o Ônibus de Trânsito Rápido (BRT) em Cuiabá e Várzea Grande.
O prefeito da capital, Emanuel Pinheiro, chegou a travar uma disputa na Justiça para impedir que o meio de transporte fosse trocado. Por meio de diversos recursos, ele conseguiu atrasar o início das obras do BRT em Cuiabá, no entanto, a Justiça acabou autorizando o novo modal. Emanuel ainda buscou, junto ao governo federal, a inclusão do "VLT cuiabano", que não chegaria a Várzea Grande, no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), mas não teve sucesso.
"Foi uma grande perda para a população cuiabana (...). Então a derrota foi para a minha cidade, foi para Cuiabá, foi para Várzea Grande também, a derrota foi para a população, é isso que me dói o coração", disse o prefeito ao podcast Política & Política.
As obras do BRT estão em andamento na Capital e os vagões já foram vendidos por R$ 793,7 milhões para o Estado da Bahia, que irá implantar o modal em sua capital. Emanuel ainda defende que o VLT seria a melhor opção para Cuiabá, assim como tem sido a opção escolhida por outras grandes cidades.
"Salvador está comemorando a chegada dos nossos vagões, que nós compramos e que nunca foram utilizados. Se é bom para Salvador, por que não é bom para Cuiabá? Se no Rio de Janeiro o prefeito Eduardo Paes está trocando o BRT pelo VLT, se Curitiba já anunciou um VLT, São Paulo está com pedido no Governo Federal para o PAC do VLT, as principais cidades do Brasil e do mundo estão saindo do BRT para o VLT... É um modal que impacta não apenas a mobilidade urbana e o transporte coletivo decente, sustentável, eficiente e humanizado, mas ele impacta também o desenvolvimento econômico e social da cidade", disse.
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