Deputados estaduais e prefeitos apresentaram as demandas com relação à agricultura familiar em reunião realizada no Palácio Paiaguás, com a presença do governador em exercício, Otaviano Pivetta, e secretários de estado. Entre os principais pontos apresentados, o acesso a crédito, o desenvolvimento de estudos regionalizados sobre aptidão produtiva, a regularização fundiária e a assistência técnica nortearam os debates. A estimativa do governo é que o público potencial das políticas voltadas para agricultura de pequena escala seja de 224.190 pessoas, o que representa 6% da população do estado.
O líder do governo na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) e coordenador da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado Dilmar Dal Bosco, falou sobre a importância de realizar os estudos para analisar as características regionais e quais culturas estão aptas a serem cultivadas no local. Além disso, Dal Bosco destacou a importância do suporte na comercialização desses produtos. "Primeiro a gente precisa identificar quais produtos se adaptam à determinada região e depois ajudar os produtores a comercializar sua produção e garantir a rentabilidade".
O prefeito reeleito do município de Campo Verde, Alexandre Lopes, falou sobre o trabalho do governo no desenvolvimento de políticas públicas que viabilizem a produtividade e a comercialização. "Em Campo Verde temos sete assentamentos, com 2500 famílias, mas nem todos conseguem se estabelecer e se manter na atividade. Percebemos que nem sempre é feita a leitura sobre as características climáticas e do solo da região".
A secretária Andreia Fujioka, da Secretaria de Estado de Agricultura Familiar (Seaf), apresentou aos participantes uma "radiografia" sobre a produção de pequena escala em Mato Grosso, como forma de melhor estabelecer as políticas públicas de acordo com a necessidade. "Recebemos a diretriz do governo para apresentar os dados sobre o setor. Há árvores de problemas que atingem a agricultura familiar para então apresentar as soluções de acordo com que foi identificado. Sabemos que sozinhos não podemos fazer nada, vamos contar com o apoio da Empaer, da Assembleia e dos próprios municípios".
O governador em exercício Otaviano Pivetta afirmou que o estado não consegue atender toda a demanda existente e que uma solução, por exemplo, será a disponibilização de técnicos para os municípios que possam atender os produtores lá na ponta. Outra iniciativa anunciada por Pivetta foi com relação à disponibilização de linhas de crédito com juros reduzidos por meio da agência de fomento Desenvolve MT. "O Desenvolve MT vai atuar como o BNDES, sem agência física, trabalhando com as linhas de crédito por meio das instituições bancárias parceiras".
A diretora-presidente da Desenvolve MT, Mayran Beckman, explicou que, por meio de parceria com a Empaer e Seaf, serão identificados o público alvo para acessar as linhas de crédito com condições facilitadas, sendo uma delas com juros de 3% ao ano e outra voltada para aqueles que possuem pendências com relação à documentação e por isso não conseguem contratar empréstimos. De acordo com a gestora, o aporte é vinculado à arrecadação do Fundo Estadual de Transporte e Habitação (Fethab) e, para 2025, está previsto R$ 130 milhões.
Participaram da reunião os deputados estaduais Beto Dois a Um (União), Júlio Campos (União), Dr. João (MDB), Valmir Moretto (Republicanos), Hugo Garcia (Republicanos), Paulo Araújo (PP), Dr. Eugênio (PSB), Juca do Guaraná (MDB) e Dilmar Dal Bosco (União), o prefeito de Tangará da Serra, Vander Masson, de Campo Verde, Alexandre Lopes, o futuro prefeito de Nobres, José Domingos Fraga, a secretária de Agricultura Familiar, Andreia Fujioka, o diretor-presidente da Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer), Suelme Fernandes, entre outras autoridades.
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