Relatos de preconceito etário enfrentados por eleitores idosos durante as eleições deste ano foram destacados pela presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Cármen Lúcia, como um fator preocupante que contribui para a queda na participação dessa faixa etária nas urnas.
Durante a apresentação do Relatório de Avaliação das Eleições 2024, nesta segunda-feira (9), em Brasília (DF), a ministra apontou que a taxa de comparecimento entre eleitores de 75 a 79 anos foi de apenas 49,55%, reflexo de situações que desestimulam o exercício do voto.
"Ouvi relatos de idosos sendo destratados, com pessoas dizendo "não precisava ter vindo votar". É preciso convidar os mais velhos para participarem da democracia com o mesmo empenho que fazemos com os jovens", afirmou Cármen Lúcia, destacando a importância de combater o preconceito e incentivar a participação da terceira idade.
O relatório, apresentado a presidentes de Tribunais Regionais Eleitorais (TREs), mostrou que enquanto 93% dos jovens de 16 e 17 anos compareceram às urnas, apenas 66,43% dos eleitores de 70 a 74 anos e menos da metade dos de 75 a 79 anos votaram. A presidente do TRE-MT, desembargadora Maria Aparecida Ribeiro, reforçou a relevância do engajamento dos idosos no processo democrático. "Cada voto contribui para a construção de uma sociedade mais inclusiva, onde todas as gerações têm voz ativa no futuro do país", afirmou.
Além de abordar a participação do eleitorado facultativo, o relatório incluiu dados sobre abstenção, denúncias, acessibilidade e perfil dos eleitores, apontando desafios a serem enfrentados para aprimorar as Eleições Gerais de 2026. A ministra Cármen Lúcia agradeceu a atuação de voluntários, juízes e servidores e destacou o papel da imprensa no combate à desinformação, reforçando o compromisso da Justiça Eleitoral com uma democracia mais inclusiva.
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