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Eleição presidencial do Equador terá 2º turno entre Noboa e esquerda

Por No Hall Notícias em 10/02/2025 às 15:00:27

Com 92% das urnas apuradas, estĂĄ confirmado o segundo turno da eleição presidencial do Equador entre o atual presidente, o direitista Daniel Noboa, e a candidata da oposição de esquerda, Luisa GonzĂĄlez, do partido do ex-presidente Rafael Correia, o Revolução Cidadã.

Na manhã desta segunda-feira (10), o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) do Equador dava 44,31% dos votos para Noboa e 43.83% para Luisa. O resultado contrariou diversas pesquisas que davam vitória folgada para Noboa. Outras enquetes, contudo, previam uma vitória da advogada e ex-deputada Luisa GonzĂĄlez.

Em terceiro colocado, ficou Leonidas Iza, candidato da principal coalização indĂ­gena do paĂ­s, com 5,26% dos votos. Ao todo, 16 candidatos disputaram os votos de mais de 12 milhões de eleitores.

Com esse resultado, Luisa GonzĂĄlez e Daniel Noboa voltam a se enfrentar nas urnas no dia 13 de abril, quando serĂĄ definido o próximo presidente do paĂ­s para o perĂ­odo 2025-2029. O cenĂĄrio repete, portanto, o segundo turno de 2023, quando Noboa venceu Luisa por cerca de 52% dos votos.

O presidente Noboa, herdeiro de megacorporação do setor de exportação de bananas, foi eleito para um mandato tampão de 15 meses depois que o então presidente Guilherme Lasso dissolveu o parlamento e convocou eleições antecipadas após sucessivas crises polĂ­ticas.

O Ă­ndice de comparecimento às urnas neste domingo (9) foi de 82%. No Equador, o voto é obrigatório. Dos votos computados, 91,1% foram vĂĄlidos e outros 8,8% foram brancos ou nulos.

Os equatorianos votaram também para as 151 cadeiras da Assembleia Nacional. Até o inĂ­cio da manhã, com mais de 90% das urnas apuradas, o Movimento Ação DemocrĂĄtica Nacional (ADN), do presidente Noboa, estava com 43,52% dos votos e o Revolução Cidadã, da Luisa, registrava 41,15% dos votos. Os demais partidos não passavam da marca dos 2% dos votos para Assembleia Nacional.

Em discurso na noite de ontem (9), a candidata do correĂ­smo, Luisa GonzĂĄlez, sustentou que havia vencido o primeiro turno e acusou o presidente Noboa de violar a lei eleitoral do paĂ­s ao não se licenciar do cargo para disputar o pleito.

"[Daniel Noboa] cometeu um ato ilegal ao usar fundos e bens pĂșblicos para fazer campanha e utilizou seu poder para emitir decretos para nomear um vice-presidente. Em uma semana tivemos trĂȘs vice-presidentes e a Corte Constitucional disse que isso é ilegal", enfatizou.

O presidente Daniel Noboa não se manifestou desde o final da votação no Equador.

ViolĂȘncia

Em cinco anos, os homicĂ­dios aumentaram 588%, tornando o Equador um dos paĂ­ses mais violentos da América Latina. De uma taxa de sete assassinatos por 100 mil habitantes, em 2019, o pequeno paĂ­s de 17 milhões de pessoas registrou, em 2024, 38 homicĂ­dios a cada 100 mil pessoas, segundo dados do Ministério do Interior e Justiça do paĂ­s. A tĂ­tulo de comparação, a taxa de homicĂ­dios no Brasil foi de 18 por 100 mil habitantes em 2024.

Ao menos desde 2021, o Equador é sacudido por rebeliões, motins e guerras entre facções do crime organizado. Menos de trĂȘs meses após Noboa assumir o governo, explosões, sequestros e até a invasão de um telejornal ao vivo por criminosos levaram o presidente a declarar o paĂ­s em conflito armado interno, classificar os grupos criminosos como terroristas e ampliar os poderes dos militares na segurança pĂșblica.

As medidas resultaram no aumento das denĂșncias de torturas, execuções e prisões arbitrĂĄrias no paĂ­s, vitimando principalmente a população mais pobre. Em janeiro deste ano, foram achados os corpos de quatro adolescentes que tinham sido presos por militares, em Guayaquil, fato que chocou a opinião pĂșblica equatoriana e levou à prisão 16 agentes das Forças Armadas.

Fonte: AgĂȘncia Brasil

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