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Ser religioso e patriota isenta alguém de punição por cometer crimes?

Por No Hall Notícias em 17/02/2025 às 09:23:52

"São 6h da manhã. A Polícia Federal veio aqui, na casa de um patriota, um bispo da igreja, com arma na mão. É assim que o Brasil está." Com essas palavras, o ex-secretário de Várzea Grande, Gustavo Duarte, contestou a ação da Polícia Federal em sua residência na manhã desta sexta-feira (14).


Duarte, que foi demitido do cargo, é acusado de espalhar informações falsas durante a campanha eleitoral de 2024 em Várzea Grande. As justificativas do ex-secretário, no entanto, são falaciosas e infundadas. Ser religioso, patriota ou se considerar um "cidadão de bem" não isenta ninguém de ser responsabilizado por crimes ou de ser alvo de investigações.


O discurso de Duarte, que tenta se colocar como vítima, não é inédito nem exclusivo dele. Esse tipo de retórica tem sido amplamente adotado por figuras da extrema-direita envolvidas em diversos tipos de crimes no Brasil. O argumento de que certos indivíduos estão acima da lei, simplesmente por se identificarem com uma ideologia religiosa ou patriótica, carece de fundamento.


A realidade é que a religião ou a postura patriota não conferem imunidade a quem comete infrações. Exemplos como o do médium João de Deus, que abusou de mulheres sob o pretexto de práticas religiosas, ou casos de líderes religiosos que exploram a fé de fiéis em busca de dinheiro, são claros testemunhos de que a fé não deve ser usada como escudo para impunidade. Além disso, os envolvidos na invasão e destruição da sede dos Três Poderes em Brasília, que buscam agora uma anistia para se livrarem das consequências de seus atos, reforçam essa questão.


Todos, independentemente de suas crenças religiosas ou ideológicas, estão sujeitos à lei e à investigação, e devem responder por seus atos. Não importa se a pessoa é religiosa, ateia, trabalhador ou não — a justiça deve ser igual para todos.


Após o escândalo e a tentativa de desqualificação da atuação da Polícia Federal, Gustavo Duarte acabou preso, confirmando que a impunidade, mesmo quando defendida com discursos apelativos, não é garantida no sistema legal do Brasil.

Fonte: Gazeta digital

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