O Ministério da Fazenda divulgou um documento intitulado "2024 em retrospectiva e o que esperar de 2025", com projeções econômicas para 2025. O relatório prevê um crescimento global moderado, com a continuidade do processo de desinflação, mas alerta para alguns riscos.
A Secretaria de Política Econômica (SPE) baseia suas previsões nas projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI), que apontam um crescimento global de 3,3% em 2025. Apesar de uma expectativa de recuperação da economia japonesa e crescimento na Zona do Euro, os Estados Unidos devem crescer em ritmo inferior ao de 2024, devido a efeitos defasados da política monetária contracionista.
"O processo de convergência da inflação à meta deverá continuar em 2025, estando mais próximo em economias avançadas que em países emergentes, onde a desinflação deverá seguir ainda em ritmo lento."concluiu a SPE.
Um dos principais riscos apontados é a adoção de práticas protecionistas pelos Estados Unidos sob o governo de Donald Trump. A SPE afirma que:
"A imposição de tarifas comerciais pelos Estados Unidos tende a elevar a aversão global ao risco, contribuindo para o fortalecimento do dólar. Se o saldo líquido das medidas de proteção tarifária levarem à alta na curva de juros americana e a maior inflação nos Estados Unidos, a perspectiva de flexibilização monetária e resiliência do crescimento global em 2024 tende a ser prejudicada, com potencial de afetar principalmente economias emergentes."- documento do Ministério da Fazenda.
Outra preocupação é uma possível desaceleração mais acentuada da economia chinesa. O relatório destaca que:
"A imposição de tarifas comerciais pelos Estados Unidos tem potencial de afetar de maneira mais relevante as exportações chinesas, reduzindo a demanda do país por commodities. Para contrabalancear o efeito de aumentos nas tarifas comerciais e estimular a demanda interna, evitando desaceleração mais significativa da atividade, a China ainda pode adotar medidas fiscais de maior impacto."diz o documento, lembrando que em 2024 as medidas adotadas envolveram flexibilização monetária.
Apesar dos riscos, há fatores que podem contribuir para uma menor pressão inflacionária em 2025. A SPE menciona:
"No entanto, a perspectiva de um aumento na oferta de petróleo e gás nos EUA após a entrada do novo governo americano, a projeção de menor consumo de energia em razão de avanços no campo da inteligência artificial e a previsão de novo recorde para a safra de grãos no Brasil podem colaborar para reduzir os preços de commodities energéticas e agropecuárias em 2025."afirma o relatório.
Para os mercados financeiros, a expectativa é de aumento da volatilidade em 2025.
*Reportagem produzida com auxílio de IA