O Bitcoin (BTC) sofreu uma forte queda, rompendo a barreira dos US$ 90 mil nesta terça-feira, impactado por uma combinação de fatores macroeconômicos e eventos específicos do mercado de criptomoedas.
A confirmação por Donald Trump sobre a possível aplicação de tarifas contra Canadá e México intensificou a aversão ao risco nos mercados globais, arrastando consigo os ativos digitais. O mercado de derivativos também enfrentou uma onda de liquidações, contribuindo para a pressão vendedora.
Além disso, um ataque hacker bilionário a uma das maiores corretoras globais, embora inicialmente ignorado, adicionou um componente de incerteza ao cenário. O BTC chegou a ser negociado na faixa dos US$ 86 mil, representando uma queda de 20% em relação à sua máxima histórica de quase US$ 109 mil, registrada em 20 de janeiro, no dia da posse de Trump.
A partir do momento em que o BTC rompeu os US$ 90 mil, esse ponto passa a ser resistência. Inclusive, pelo mapa de liquidação, essa é uma resistência forte: muitos players estão shortando (criando posições de venda em) Bitcoin nessa região. disse a analista CNPI-T Paula Reis, da plataforma de criptomoedas Ripio.
Reis também destacou que, tecnicamente, a queda já era esperada, com o Bitcoin oscilando entre seu topo histórico e um suporte em US$ 90 mil desde o final de 2024. Com a perda desse nível, a pressão vendedora se intensificou.
A analista aponta que, no curto prazo, o Bitcoin pode testar os US$ 85 mil e, em caso de deterioração do cenário macroeconômico, um suporte mais abaixo, em US$ 83 mil, pode ser acionado. Contudo, ela ressalta que, mesmo atingindo esse patamar, o movimento seria considerado uma correção e não alteraria a tendência de alta de longo prazo.
A casa de análise QCP Capital observou que, apesar da queda, a dominância do Bitcoin aumentou, indicando que investidores institucionais seguem concentrando suas apostas no ativo, em detrimento de outras criptomoedas.
No Brasil, os contratos futuros de Bitcoin (BITG25) negociados na B3 também podem enfrentar uma correção mais intensa, segundo o analista técnico Rafael Perretti. Ele destaca que o ativo rompeu uma região de suporte em R$ 530.650, indicando um possível movimento de baixa mais acentuado.
Hoje a gente tem um pregão rompendo essa região de suporte. Portanto, eu vejo que ele pode fazer uma correção mais profunda. afirmou o analista Rafael Perretti.
Essa correção, segundo Perretti, pode levar o ativo até a média de 200 períodos, em R$ 456,5 mil, ou até um ponto de bipolaridade, uma antiga resistência que deve se tornar suporte, nos níveis de R$ 433 e R$ 418,1 mil.
*Reportagem produzida com auxílio de IA