O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (União), e os deputados Gilberto Cattani (PL) e Janaina Riva (MDB) protagonizam um embate sobre os vetos do governo ao projeto de lei que exclui empresas ligadas à moratória da soja do programa de incentivos fiscais do Estado. Mendes assegura que os vetos serão mantidos, enquanto os parlamentares acusam o governador de desvirtuar a proposta.
Durante entrevista ao Jornal do Meio Dia, nesta quarta-feira (18), o liberal disse que o chefe do Paiaguás foi "infeliz" ao chamá-los de "mentirosos" quando comentava sobre a lei nas redes sociais.
"Foi uma fala infeliz do governador. Quando ele diz que os vetos serão mantidos, isso depende dos deputados. Será que ele está falando abertamente que vai interferir para manter os vetos?", questionou Cattani.
Os parlamentares argumentam que os vetos governamentais prejudicam o objetivo da lei, que busca reduzir o impacto da moratória no setor produtivo de Mato Grosso. "Esses vetos desvirtuam a lei. As empresas continuarão aplicando a moratória", criticou Cattani.
Após a aprovação da lei pela ALMT, Mendes se reuniu com representantes da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) e da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja MT). Durante o encontro, foi prometido um novo acordo sobre a comercialização de soja proveniente de áreas desmatadas, minimizando os efeitos da lei.
A moratória da soja é um compromisso firmado em 2006 entre empresas do setor para não comprar soja cultivada em áreas do bioma Amazônia desmatadas após julho de 2008, mesmo que o desmatamento seja legal. A medida, defendida por organizações ambientais e empresas, visa combater o desmatamento e garantir mercados internacionais. Por outro lado, produtores locais argumentam que a moratória traz prejuízos econômicos, com empresas bloqueando a aquisição de grãos dessas áreas.
Os críticos da moratória, como Cattani, afirmam que a política atende aos interesses de mercados europeus, que buscam dificultar a concorrência da agricultura mato-grossense no cenário global. No entanto, a Abiove defende que a moratória é essencial para monitorar o uso de terras desmatadas ilegalmente na Amazônia.
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