Projeto de Lei que prevê a instalação de câmeras em fardas de policiais reacendeu um debate antigo entre deputados nos corredores da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), nesta quarta-feira (11). O texto é do deputado estadual Wilson Santos (PSD) e enfrenta resistência de alguns parlamentares e do próprio governo do Estado.
Em entrevista à imprensa, o presidente da Comissão de Segurança Pública e Comunitária e sargento da reserva da Polícia Militar, Elizeu Nascimento (PL), afirmou que o colega faz "fanfarronagem" ao resgatar a discussão. Ele também acusou Wilson de não comparecer à reunião da comissão para debater o projeto, o qual ele aponta como inconstitucional.
"Wilson Santos tem trabalhado o ano todo com 'fanfarronagem' em relação às câmeras na farda de policiais. Ele já apresentou em 2023. É um projeto inconstitucional que ele mesmo tem ciência, porque cria uma obrigatoriedade ao Estado. Em 2024, após expirar o prazo de 2023, ele reapresentou esse projeto. O projeto começou a tramitar. Fiz uma mudança no projeto como um substitutivo, a não obrigatoriedade das câmeras na farda. Quando foi para as comissões, para ser apreciado, o deputado solicitou a retirada do projeto", relatou.
O assunto voltou a ser debatido após repercussão nacional envolvendo excessos de militares em São Paulo, onde as câmeras já são usadas. Durante a sessão plenária, Wilson, que tenta aprovar a medida desde 2021, propôs uma Moção de Aplausos para o governador paulista, Tarcísio de Freitas (Republicanos), homenageando o gestor por reavaliar o uso dos equipamentos nos policiais.
O autor do PL pede que Elizeu tire a proposta da "gaveta" na Comissão de Segurança. "Já são quase 4 anos de luta nesta Casa e ele sequer chegou ao plenário. Então, eu vou fazer um apelo mais uma vez ao presidente Elizeu para que ele agende uma reunião da comissão para podermos apreciar a matéria na comissão", acrescentou.
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