As ações da Brava Energia (BRAV3) tiveram um notável aumento nesta sexta-feira (7), impulsionadas pelos dados de produção de fevereiro. Às 12h45 (horário de Brasília), as ações subiram 8,21%, atingindo R$ 17,40, após um pico de R$ 17,68, representando um aumento de 9,95%. Esse crescimento ocorreu após a empresa divulgar um aumento de 9,2% na produção total bruta em comparação com janeiro, alcançando 73.854 barris de óleo equivalente por dia (boed).
Este desempenho positivo contrasta com a trajetória das ações desde o início das negociações sob o código BRAV3 em setembro, que foram marcadas por perdas expressivas. Até o dia anterior, a desvalorização acumulada no ano era de quase 32%, refletindo incertezas sobre a execução da estratégia da empresa e sua capacidade de entregar os resultados esperados pelo mercado.
De acordo com o Bradesco BBI, a recuperação de Atlanta e Papa-Terra impulsionou o aumento da produção, com avanços de 19% e 25,4%, respectivamente. No onshore, Potiguar e Recôncavo também apresentaram crescimento, beneficiados pela maior injeção de vapor e melhorias operacionais.
O JPMorgan destacou que a performance offshore foi o principal motor do crescimento, com um aumento de 17,9% na produção, reforçando a importância desses ativos para o portfólio da companhia. Paralelamente, a Brava anunciou que seu plano de desinvestimentos foi restrito ao Polo Recôncavo, na Bahia, retirando o Polo Potiguar da lista de vendas, o que gerou reações mistas no mercado.
"A execução consistente da estratégia operacional se torna ainda mais relevante agora." apontou o BTG Pactual em relatório, referindo-se à necessidade de otimizar custos e sustentar a produção.
A Genial Investimentos expressou frustração com a desistência da venda do Polo Potiguar, que, segundo rumores, poderia ter sido negociado por US$ 2 bilhões, valor superior à capitalização da Brava no mercado. A recomendação para BRAV3 foi rebaixada para "manter" até que houvesse maior visibilidade sobre os fundamentos do ativo.
"Do ponto de vista operacional, a empresa aparenta começar a entregar números mais sólidos no que diz respeito a produção. Se por um lado os números de dezembro de 2024 já são públicos, acreditamos que o primeiro trimestre deste ano deve nos trazer uma visão mais normalizada do que case no que diz respeito à produção." observou a corretora Genial Investimentos.
O JPMorgan acrescentou que, apesar da mudança no plano de desinvestimentos, a evolução operacional traz um viés mais otimista, com a previsão de expansão da produção e a conexão de novos poços no FPSO Atlanta ao longo do ano. A expectativa agora é acompanhar os próximos passos da Brava Energia para confirmar se a empresa conseguirá sustentar esse crescimento e recuperar a confiança dos investidores.
*Reportagem produzida com auxílio de IA